segunda-feira, 6 de junho de 2011

Enxaqueca

Saiba mais sobre a doença crônica que atinge três vezes mais as mulheres do que homens

Basta a visão de Larissa Moreira, 24 anos, começar a embaçar para
ela já saber que uma crise dolorosa está por vir. A jornalista faz parte
dos 20% da população que sofre com enxaqueca. Ela conta que tem
crises há cerca de quatro anos, mas foi há um que os episódios se
tornaram mais comuns e surpreendentes e começaram a preocupar a
jovem.

A neurologista Carla Jevoux ajuda a entender a doença: “A
enxaqueca é uma desordem herdada geneticamente, ocasionada por
disfunções persistentes do córtex e/ou outras estruturas cerebrais,
que se manifesta por crises de dor de cabeça e outros sintomas
acompanhantes". Outro especialista no assunto, Dr. Henrique Braga
completa: "Os fatores desencadeantes de crises mais comuns são os
de origem alimentar (queijos, chocolates, castanha, bebida alcoólica)
e de origem emocional como stress e ansiedade". É o caso de
Larissa, que diz que sempre que se preocupa demais, sabe que vai ter
crises. "Quanto mais eu me estresso, mais eu vou sentir as dores. Em
mim, a enxaqueca se manifesta de várias formas" diz Larissa.

É fácil diferenciar uma dor de cabeça simples de uma crise de
enxaqueca. Os principais sintomas são dores intensas e
unilaterais, que se manifestam de maneira pulsátil ou latejante. As
dores podem vir acompanhadas também de náuseas e fotofobia e
fonofobia, que são, respectivamente, sensibilidade excessiva á luz
e ao som. Outros sintomas comuns são distúrbios visuais, disfunção
cognitiva, fadiga, sensibilidade à odores e toque.

Google Images


A doença pode se manifestar ainda na infância, quando a incidência
de casos entre meninos e meninas é praticamente igual. A partir
dos 12 anos, no entanto, quando a mulher passa a menstruar e
tem uma variação hormonal, a prevalência se torna maior nelas e
começa a afetar na qualidade de vida. De acordo com critérios da
Organização Mundial de Saúde (OMS), a migrânea encontra-se entre
as 20 doenças mais incapacitantes do mundo (19ª causa entre adultos
de ambos os sexos e 12ª causa entre as mulheres). Essa avaliação
levou ao reconhecimento da enxaqueca como uma doença que afeta
significativamente a população.

Os tratamentos, no entanto, não são apenas sintomáticos. Depois
do diagnóstico feito, medidas preventivas podem ser tomadas.
O diagnóstico da enxaqueca é clínico, ou seja, baseado nas
características dos sintomas relatados pelo paciente. Os exames
realizados são apenas para descartar a possibilidade de outras
doenças mais graves como tumores, aneurismas cerebrais e infecções
do sistema nervoso central ou sistêmicas.

Larissa Moreira, que procurou neurologista e psiquiatra para conseguir
dar um fim as suas crises cada vez mais frequentes e dolorosas, se
diz satisfeita. "O tratamento faz com que as crises se tornem cada
vez mais espaçadas e brandas, já que não há cura para a enxaqueca.
Para mim, está funcionando aos poucos. Depois que iniciei a
medicação, nunca mais tive fortes crises, apenas dores de cabeça
mais brandas, tratáveis com medicamentos leves" conclui.

A migrânea não tem cura, como dito anteriormente, é uma doença
crônica. Mas é possível conviver com ela se o portador tomar as
medidas certas. Os neurologistas Carla Jevoux e Henrique Braga
fazem coro ao afirmar que o melhor a se fazer quando as crises
começam a ficar mais frequentes é procurar um especialista e não se
auto-medicar.



Clara Sousa

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